Atrás apenas dos motoristas de Porto Alegre, no Amazonas eles recebem R$ 3.078,43 incluindo vale-refeição, vale-lanche, plano de saúde e cesta básica
Amanda GuimarãesManaus (AM)
O salário do motorista do transporte público de Manaus é o segundo melhor do Brasil. Os trabalhadores recebem R$ 3.078,43 com benefícios, como vale-refeição, vale-lanche, plano de saúde e cesta básica. A remuneração fica apenas atrás dos condutores de ônibus da cidade de Porto Alegre, que é de R$ 3.219,44.
Conforme dados do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), os salários dos rodoviários de Manaus também ultrapassam trabalhadores de cidades como Florianópolis (R$ 2.950, 25), Goiânia (R$ 2.879,21), Brasília (2.876,54), e Vitória (R$ 2.848,54).
Apesar do valor, no primeiro semestre de 2017, foram registradas 42 paralisações conforme noticiado pelo Portal A Critica nesta sexta-feira (23). Uma delas foi realizada nesta manhã por funcionários da empresa Líder Transportes.
Sobre o assunto, o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges, ressaltou que não existe motivo para as paralisações. A remuneração teve reajuste de 10% em abril de 2017. "Não temos explicações para a quantidade de paralisações. Não existe atraso de salário e os trabalhadores de Manaus recebem a segunda melhor remuneração do Brasil. O povo está sendo refém desse sindicato", disse.
O assessor acrescenta que o órgão comunicou aos órgãos responsáveis sobre as atividades irregulares dos representantes do Sindicato dos Rodoviários. “Comunicamos o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e Polícia Civil, além da Prefeitura de Manaus. Todos estão sendo informados. Toda vez que acontece uma paralisação entramos com uma ação para que eles paguem uma multa de R$ 60 mil por hora. Já solicitamos também a prisão de representantes do sindicato”, informou Fernando.
O representante do Sinetram acredita que as paralisações dos trabalhadores das empresas de transporte público recorrentes na cidade de Manaus não são motivadas por direitos trabalhistas. “Não posso afirmar que as paralisações sejam por motivação política, mas por melhorias salariais não são. Os trabalhadores estão recebendo os salários em dia. Posso dizer que não existe motivo para isso. O povo está pagando a conta disso tudo”, afirmou.
Segundo o Sinetram, em média 800 mil pessoas são transportadas por dia em Manaus. O sistema possui cerca de 9 mil colaboradores, com 1,5 ônibus operando em 221 linhas. “Esse momento que estamos enfrentando é muito grave. Tivemos mais de 42 atividades irregulares durante seis meses. 34 mil viagens não realizadas. Uma gravidade indescritível. Não podemos banalizar tudo isso. Não podemos afrontar o direito da população”, completou Fernando Borges.
Dissídio
Na terça-feira (20), o Sindicato dos Rodoviários decretou greve geral por tempo indeterminado a partir da meia noite dessa quarta-feira (21). A decisão ocorreu durante assembleia geral, mas não foi cumprida, pois o Tribunal Regional do (TRT) determinou que a categoria se abstivesse de realizar qualquer paralisação sob multa de R$ 60 mil.
Na decisão, a desembargadora Solange Maria Santiago Morais, ressaltou que a medida evitaria maiores transtornos à população usuária do transporte coletivo.
Nesta sexta-feira (23), o assessor jurídico do Sinetram falou do assunto. Segundo ele, o dissídio coletivo da categoria está sendo discutido com a Justiça. “Na liminar que impediu a greve, a desembargadora falou que não existia motivos para a realização da greve, pois a situação do dissídio já está sendo discutido com a Justiça”, disse.
A reportagem tenta desde ontem entrar em contato com o Sindicato dos Rodoviários, mas até o momento não obteve sucesso.
Tags
Notícias da Cidade