MANAUS – O governador Wilson Lima (PSC) afirmou, em entrevista à rádio CBN Amazônia, na última sexta-feira, que acionará os órgãos de fiscalização para que investiguem as obras paradas no Estado, em especial a de recuperação da estrada que liga os municípios de Codajás e Anori, na região do baixo Rio Solimões.
De acordo com a Seinfra (Secretaria de Infraestrutura do Amazonas) a obra da estrada Codajás-Anori está orçada em R$ 74 milhões (o contrato inicial era R$ 55,5 milhões), o Estado já pagou R$ 63,1 milhões, mas a obra está abandonada e a estrada no atoleiro.
“Fizemos um levantamento dessas obras que ficaram pela metade e estamos fazendo um comparativo do físico com o financeiro. Algumas dessas obras não batem, não há essa correspondência. Nós estamos encaminhando para os órgãos de controle para as devidas providencias, e aquelas obras que é possível retomar a gente já retomou”, afirmou Wilson Lima.
As obras de pavimentação da estrada Codajás-Anori tem extensão de 68,93 quilômetros e começaram em maio de 2013, na gestão do ex-governador Omar Aziz (PSD). O contrato 035/2013 tinha prazo de 630 dias para conclusão das obras.
Neste ano, a estrada entrou na lista de 80 obras paralisadas no Amazonas, divulgado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado do Amazonas) na última quarta-feira, 10. O relatório identificou que as obras paralisadas no Estado somam R$ 836 milhões e estão suspensas por entraves judiciais ou paralisa
Contratos e aditivos
O contrato inicial para a recuperação da Estrada Codajás-Anori foi feito em maio de 2013, no valor de R$ 55.515.898,24, com a empresa Império Construções e Serviços Ltda., de propriedade de Júlia Bandeira de Melo Lins de Albuquerque, mulher do empresário George Lins de Albuquerque, irmão dos deputados Belarmino Lins e Átila Lins.
A empresa já não tem mais o nome de Império. O mesmo CNPJ 03.203.179/0001-72, na Receita Federal, tem o nome Concreterra Construções e Terraplanagem Ltda., que tem como sócio Joselize Jordão das Chagas, mas Júlia Albuquerque ainda é a sócia-administradora. A alteração da razão social foi realizada em agosto de 2018.
Em 2016, na gestão do governador José Melo, o contrato com a Império recebeu aditivo de R$ 13,7 milhões, elevando o valor de R$ 55,5 milhões para R$ 69,2 milhões. Na ocasião, dos 68,93 quilômetros contratados, apenas 20 quilômetros haviam sido concluídos.
Em agosto de 2018, um relatório de detalhamento de contrato de obras da Seinfra mostrava que o governo já havia pago R$ 63.151.954,77 na estrada Codajás-Anori.
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