Cabo de fibra óptica é instalado em rio para levar internet ao interior do AM

Exército propõe criar 7 mil km de rede de óptica subfluvial no Amazonas.
Projeto está orçado em R$ 1 bilhão, mas só tem R$ 15 milhões garantidos.

 

Programa Amazônia Conectada deu início a instalação de 10 km de cabos de fibra óptica em um trecho do Rio Negro em Manaus, na manhã desta quarta-feira (8). Até 2017, o Exército e entidades parceiras pretendem criar uma rede óptica com 7 mil km de extensão. O projeto, que pretende levar internet de banda larga para 50 municípios do Amazonas, está orçado em R$ 1 bilhão, mas somente R$ 15 milhões já estão assegurados.

O projeto-piloto liga o 4º Centro de Telemática de Área (CTA), no bairro Ponta Negra até a 4ª Divisão de Levantamento (DL) do Exército, no bairro Compensa, ambos localizados na Zona Oeste de Manaus. Ao todo, 10 km são percorridos pelo cabo, que faz um anel óptico pelo Rio Negro.

 O engenheiro Leandro de Souza, representante da única empresa responsável pela fabricação do cabo subfluvial no país, explicou que o cabo usado no projeto tem 30 milímetros de diâmetro e 10 km de extensão contínua. Ele tem ainda uma armação metálica para mantê-lo submerso nas águas, o que faz com que cada quilômetro tenha peso de 1.200 kg. O material também tem proteção contra corrosão.

"A fibra óptica é fabricada em Sorocaba. Ela é cabeada, recebendo elementos de sustentação para que possa operar no fundo do rio. Os elementos de cabeamento são para proteção da fibra, extremamente reforçado para suportar as marés e trações. A expectativa de vida útil desse cabo é de 25 anos", comentou o engenheiro.


O lançamento do cabo no Rio Negro teve início às 6h da manhã (7h, no horário de Brasília). A previsão é que os trabalhos sejam concluídos na noite desta quarta. Em média, 500 metros de cabo são lançados a cada hora. Uma equipe faz a colocação do cabo por meio de uma embarcação e dois mergulhadores monitoram o procedimento.
Segundo a empresa responsável pela instalação do cabo, a linha é monitorada para identificação de possíveis rompimentos. "Fizemos estudos do rio e a dinâmica dele para identificar a tecnologia mais adequada para atividade no Rio Negro. O monitoramento para verificar rompimentos do cabo de fibra óptica é bem simples. Tem um instrumento que joga um pulso de luz e se a fibra tiver uma descontinuidade essa luz se reflete, sendo que com velocidade da propagação da luz verificamos onde está a ruptura", comentou Jorge Salomão, presidente da empresa contratada para fazer a instalação e teste do cabo óptico subfluvial.
A proposta do Exército é ligar os primeiros 10 km do projeto à rede de fibra óptica já existente do Gasoduto Urucu-Coari-Manaus. A interligação permitirá a continuidade da primeira etapa do programa, que prevê a criação de uma nova rede entre as cidades de Coari e Tefé. A última fase planejada consiste em levar fibra óptica à Região do Alto Solimões. Os cabos integrarão redes de infovias – vias de informação – que cruzarão os rios Negro, Solimões, Purus, Juruá e Madeira. A expectativa é que 7 mil quilômetros de rede beneficiem 50 cidades do Amazonas e Porto Velho (RO), no prazo de três anos.

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