Na quarta-feira (15), mais de um milhão de professores e profissionais da rede pública de ensino vão entrar em greve contra os desmontes dos direitos trabalhistas de Michel Temer.
A mobilização foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), após assembleia realizada em janeiro deste ano, na cidade de São Paulo. As principais reivindicações são a rejeição da PEC 287/2016, que diz respeito à reforma previdenciária, e o cumprimento do piso salarial dos professores.
“A reforma da previdência é extremamente nefasta, porque representa o desmonte da previdência publica. Não devia nem ser chamada de reforma, porque não há reforma, mas sim uma extinção”, critica Paula Coradi, do diretório nacional do PSOL e professora da rede estadual do Espírito Santo.
Castigando os trabalhadores e as classes mais pobres do país, a PEC impõe a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, com pelo menos 49 de contribuição para recebê-la integralmente. No caso dos professores, há um agravante ainda maior, que é a retirada do direito à aposentadoria especial, injustamente equiparando a categoria às outras classes trabalhadoras.
Além disso, o governo federal pretende igualar também o tempo de contribuição das mulheres ao dos homens, desconsiderando a desigualdade de gênero no mercado e a jornada dupla que elas exercem em um país machista como o Brasil. O ato, portanto, também é em defesa dos direitos da mulher, levando em conta que elas constituem a maior parte dos profissionais de educação.
“Se aprovada a reforma, as mulheres professoras vão trabalhar no mínimo 15 anos a mais do que antes, porque a PEC retira a garantia constitucional de cinco anos a menos de contribuição aos docentes e iguala os homens às mulheres”, explica Paula.
A paralisação vai durar inicialmente 10 dias e, no dia 25 de março, o movimento vai avaliar a continuidade da luta. “Vamos parar o país para conseguirmos a manutenção dos nossos direitos”, afirmou o presidente da CNTE, Heleno Araújo Filho, no site da organização.
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